Quando Usain Bolt humilhou seus adversários nos 100m, 200m e 4x100m nas Olimpíadas de Pequim, a Jamaica comemorou como título de Copa do Mundo. No Ninho do Pássaro, o velocista celebrou dançando (antes e depois das provas). Para uns, deboche. Para o técnico Renê Simões, que tenta levar a seleção do país ao Mundial da África do Sul, motivação.
Em 1998, o brasileiro fez história ao levar a Jamaica à Copa da França pela primeira vez. Agora, para fazer o time chegar ao torneio em 2010, o técnico usa o exemplo de Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo. Antes da estréia na fase de grupos das eliminatórias da Concacaf, contra o Canadá (1 a 1, em 20 de agosto), Renê usou a dança de Bolt para motivar seus jogadores.
- O Usain é um meninão, se divertiu na competição. Não é mascarado. Tentaram passar que ele é arrogante, que foi um desrespeito. Mas não é nada disso! Aquela dança que ele fez após os recordes é a coreografia de uma música chamada “Noh Linga”, que quer dizer “não perca tempo”, “faça tudo bem feito”. É uma mensagem positiva. Nós usamos esse vídeo dele dançando antes da partida da seleção com o Canadá, como motivação – diz o treinador, por telefone, ao GLOBOESPORTE.COM.
Renê não conhece Bolt pessoalmente, mas planeja um encontro entre o velocista e a seleção. Segundo o técnico, o homem mais rápido do mundo é amigo de muitos jogadores e até mora de aluguel na casa do ex-goleiro da seleção Aaron Lawrence, que atuou na Copa de 1998. Bolt revelou ser fã de futebol e que gostaria de um dia treinar com os "galácticos" do Real Madri. Renê até brinca sobre a possibilidade de usá-lo nas eliminatórias:
- Contra o México vou armar um esquema com todo mundo na defesa e colocar o U
sain em uma ponta e Asafa (Asafa Powell) na outra. Vamos torcer para que eles coloquem a bola para dentro!
Apesar do sucesso da Jamaica no atletismo em Pequim (foram seis medalhas de ouro, três de prata e duas de bronze), Renê diz que o futebol ainda é o esporte mais popular no país. Mesmo assim, alguns dos seus jogadores já tentaram ser velocistas também.
- Quase todos eles fizeram atletismo na escola. Os campeonatos escolares aqui são muito fortes. O futebol é o esporte mais popular, seguido pelo críquete e pelo atletismo. A cobrança é forte em todos eles. Quando o Asafa ficou em quinto nos 100m, todo mundo caiu de pau nele! Ele se redimiu no 4x100m, quando bateu o recorde na sua passagem – lembra.
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