O ciclo de Tite parece caminhar para um triste fim no Internacional. A falta de resultados do comandante do time colorado no Campeonato Brasileiro faz com que surjam críticas públicas de dirigentes ao trabalho dele. Coincidência ou não, foi exatamente o que aconteceu com Alexandre Gallo antes de a diretoria do Inter anunciar a demissão dele no ano passado. Não será surpresa se o mesmo acontecer com Tite.
Alguns fatos se correlacionam e deixam uma pulga atrás da orelha. Os cartolas colorados costumam ser moderados nas críticas aos treinadores, mas a situação mudou na semana passada. Depois do Gre-Nal do Olímpico, o assessor de futebol Fernando Carvalho estava revoltado. Ele não aceitou que o Inter, com vantagem de 2 a 0, permitisse o empate dos reservas do Grêmio. E disse que o time recuou demais. Evidentemente, é uma crítica ao treinador - que, aliás, colocou Edinho no lugar de D'Alessandro e efetivamente chamou o adversário para seu campo.
Nesta segunda-feira, surgiu nova crítica, e agora saída da boca de Giovanni Luigi, vice-presidente de futebol do Inter. Em entrevista à Rádio Gaúcha, ele disse que o time, apesar de todos os problemas, deveria estar com melhor conjunto. O ponto levantado por Luigi é de responsabilidade do treinador. Se não tem conjunto, é porque algo está falhando no trabalho do comandante da equipe.
Há ainda uma outra declaração sintomática. Depois do jogo contra o Sport, ainda abalado pela derrota de 1 a 0, Tite praticamente jogou a toalha. Disse que o resultado distanciava o Inter de buscar algo de seu tamanho - no caso, a vaga Libertadores. Foi uma frase que escancarou desânimo por parte do treinador, que costuma adotar discurso positivo.
Quando questionada sobre a situação do treinador, a diretoria adota a postura habitual e diz que aposta no trabalho dele. Na verdade, a seqüência de Tite no Beira-Rio passa pelo jogo de sábado, contra a Portuguesa, em Porto Alegre. É improvável que novo tropeço seja tolerado.
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